03/05/12

Preço dos alimentos preocupa FAO

Os preços internacionais dos cereais desceram, num mês, cerca de 2% a nível global, contribuindo para o recuo dos preços das matérias-primas para os 214 pontos – um nível que a Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) considera elevado, apesar de estar afastada uma repetição da crise alimentar como a de 2008. 

De acordo com o relatório semestral Prespetivas da Alimentação, hoje divulgado pela FAO, o índice que mede os preços dos cerais situou-se, quatro primeiros meses do ano, nos 225 pontos, valor possível devido à descida de 11,7% em relação ao mesmo período

O principal indicador do preço internacional dos alimentos, que engloba 55 matérias-primas, só recuou, contudo, em Abril, ao fim de três meses consecutivos em alta. E deverá manter-se estável nos próximos meses, afirmou à Reuters Abdolreza Abbassian, economista do sector de cereais da FAO.

Ao cair para os 214 pontos, mantém-se distante do recorde de 235 pontos atingido em Abril do ano passado e “bem acima” da barreira dos 200 pontos que conduziu à crise alimentar há quatro anos, quando o preço do arroz disparou 170% e o do milho subiu 140%.
Agora, estão a recuar. O custo internacional do arroz caiu 4% em Abril, em termos homólogos, enquanto o do milho desceu 15%. E maior ainda é a descida do preço do trigo (21%). O preço dos produtos lácteos também caiu (11%) e o mesmo se passou com o açúcar (5%).

Pelo contrário, os preços da carne aumentaram, em média, 3,5%, o que a FAO atribui à menor oferta dos países exportadores e à procura sustentada das importações.

As perspectivas da organização das Nações Unidas para a produção de cereais para este ano são positivas: um recorde de 2371 milhões de toneladas mundiais, mesmo com a esperada quebra de produção de 3,6% no trigo, que é contrabalançada com um aumento nos cereais secundários.



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