25/07/12

Data de Validade


Faz mal comer um iogurte cujo prazo de validade expirou há um dia? Quanto tempo posso guardar no frigorífico um sumo depois de aberto? Estas são algumas das dúvidas que, certamente, já o devem ter assombrado e que o vamos ajudar a desmistificar.
Produtos naturais como o leite, os sumos, a água, os óleos alimentares ou o vinho deterioram-se facilmente e colocam grandes exigências à cadeia de produto. De modo a que os produtos permaneçam seguros e tenham a frescura e a qualidade que os consumidores esperam, todos os intervenientes ao longo da cadeia de valor desempenham um papel importante, desde o produtor à indústria transformadora, passando pela embalagem e pela cadeia de distribuição e terminando no consumidor.
Quando os alimentos chegam às mãos do consumidor, este terá de verificar e respeitar o seu prazo de validade indicado na embalagem, cumprir as recomendações e, só depois, desfrutar.
Mas, afinal, que critérios presidem à definição dos prazos de validade dos alimentos e qual o papel das embalagens na protecção dos mesmos? É o que vamos passar a explicar.
Ao contrário do que se pensa, a função da embalagem não é melhorar a qualidade dos produtos alimentares, nem os conservar indefinidamente, mas sim retardar a sua perda de qualidade, protegendo-os do meio exterior.
Segundo Margarida Alves, do Centro Nacional de Embalagem, “é de extrema importância que a embalagem seja a adequada ao género alimentício, para que possa ter a função de não só conservar o produto mas também de o proteger contra os factores ambientais e mecânicos”.
“As características necessárias à embalagem dependem do tipo de produto alimentar, isto é, o alimento e a embalagem são indissociáveis. Só assim se conseguirá estabelecer o prazo de validade”, garante.
A isto acrescesse ainda o facto de diferentes produtos terem diferentes formas de determinar o prazo de validade, contribuindo, para tal, as análises realizadas em laboratório, com pequenas amostras. Por exemplo, ao contrário dos produtos secos, os produtos frescos ou produtos perecíveis (saladas e legumes) têm sempre um prazo de validade reduzido.
Mas será que os consumidores dão a devida importância aos prazos de validade dos produtos alimentares?
“O respeitar o prazo de validade servirá ao consumidor como garantia de que o produto reúne as propriedades que lhe são exigidas, quer por questões legais, quer por questões relacionadas com o grau de exigência de qualidade por parte de quem o produz ou embala”, afirma Margarida Alves.
Assim, até ao término do prazo de validade, os produtores e embaladores garantem as características organolépticas do produto, ou seja, as características físicas de um alimento perceptíveis através dos órgãos dos sentidos como o seu aspecto, gosto, textura, cheiro e cor. Após esse período, não existe qualquer responsabilidade por parte do produtor e embalador sobre o alimento consumido.
Todavia, um dos factores que pode comprometer as características dos produtos e inviabilizar o seu prazo de validade relaciona-se com as compressões indevidas – quedas ou vibrações – que as embalagens podem sofrer. Por isso, é importante que, durante toda a cadeia de armazenagem, transporte e distribuição, sejam respeitadas todas as indicações.
Aliás, até mesmo quando o produto chega às mãos do consumidor pode sofrer alterações. Por exemplo, só o simples facto de o consumidor abrir uma embalagem condiciona a data de validade do alimento que nela se encontra.
“O prazo de validade refere-se ao produto embalado e a validade diminui aquando da abertura da embalagem. O papel que a mesma desempenhava deixou de existir e a integridade e hermeticidade perdem-se assim que a embalagem é aberta, o que consequentemente diminui o prazo de validade”, explica Margarida Alves.
Neste caso, o consumidor deve sempre consultar as informações contidas nos rótulos, que indicam o período de tempo em que os alimentos devem ser consumidos depois da embalagem estar aberta. E não esquecer que o melhor mesmo é não arriscar!

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